QUINTA 16 DE DEZEMBRO 19h00 (GMT) 

Entrada livre sem necessidade prévia de registo. | Acesso online exclusivo para o público do Reino Unido. Registo através do formulário.

O filme será introduzido por Possidónio Cachapa.

 

AMOR FATI

Portugal, 2020, 102’

Realizadora: Cláudia Varejão

“Amor Fati” vai ao encontro de partes que se completam. São retratos de casais, amigos, famílias e animais com os seus donos. Partilham a intimidade dos dias, os hábitos, as crenças, os gostos e alguns traços físicos. A partir dos seus rostos e da coreografia dos gestos, descobrimos a história que os enlaça. Assente na vida quotidiana, o filme desenha diante dos nossos olhos um coro de afectos e da memória colectiva de um país, convocado o discurso de Aristófanes no Banquete de Platão: Não será a isto que vocês aspiram — a identificarem-se o mais possível um ao outro, de forma a não mais se separarem noite e dia? Se é essa a vossa aspiração, estou disposto a fundir-vos e soldar-vos numa só peça, de tal modo que, em vez de dois, passem a ser um só.

 

Cláudia Varejão nasceu no Porto e estudou realização no Programa de Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian em parceria com a German Film und Fernsehakademie Berlin e na Academia Internacional de Cinema de São Paulo. Estudou ainda fotografia no AR.CO Centro de Arte e Comunicação Visual em Lisboa. É autora da triologia de curtas-metragens Fim-de-semana, Um dia Frio e Luz da Manhã. Ama-San, retrato de mergulhadoras japonesas, foi a sua estreia nas longas metragens, recebendo dezenas de prémios em todo o mundo, seguindo-se No Escuro Do Cinema Descalço Os Sapatos, filme que acompanha a intimidade de um grupo de bailarinos de uma companhia de dança. Amor Fati é o seu mais recente filme com estreia prevista para 2020 e Lobo e Cão, em fase de preparação, devolverá novamente o seu olhar à ficção. Os seus filmes têm sido selecionados e premiados pelos mais prestigiados festivais de cinema, passando por Locarno, Roterdão, Visions du Reel, Cinema du Reel, Karlovy Vary, Art of the real - Lincoln Center, entre muitos outros. A par do seu trabalho como realizadora desenvolve um percurso como fotógrafa e é professora convidada no AR.CO e na Universidade Católica do Porto. O seu trabalho tanto no cinema como na fotografia, documentário ou ficção, vive da estreita proximidade com os seus retratados.

Possidónio Cachapa nasceu em Évora, onde passou a infância e adolescência. Partiu em seguida para os Açores onde cimentou a sua ligação com o mar e as coisas da terra. Licenciou-se em Estudos Portugueses na Universidade Nova de Lisboa em 1990.

Depois de trabalhar em alguns projectos no campo jornalístico e de escrita para televisão, partiu para a Suíça, onde permanece durante seis anos. Aí começou a escrever as suas primeiras obras, O Nylon da Minha Aldeia e a Voz Terrível.

Regressa a Portugal com o intuito de se dedicar ao argumento e à realização. Ganha uma Bolsa de Criação literária do Ministério da Cultura em 1996 que culminará na obra A Materna Doçura. Esta obra conta a história de Sacha e das consequências do seu amor extremo pela mãe desaparecida. É o relato do amor filial levado ao extremo e de como esse amor se pode expressar de uma forma absolutamente artística. Dividido em três partes, que correspondem a três momentos da vida da personagem principal, A Materna Doçura atravessa várias gerações numa estrutura de variação de um mesmo tema.

A originalidade de Possidónio Cachapa prende-se com a sua exploração de novas linguagens – como linguagens mais cinematográficas – sem nunca perder de vista a complexa e profunda arquitectura do romance. Nesta conjugação surge uma nova maneira de abordar o tecido textual.