DOMINGO 12 DE DEZEMBRO 18h00 (GMT)

Entrada livre sem necessidade prévia de registo. | Acesso online exclusivo ao público do Reino Unido. Registo através do formulário.

Sessão documental com curadoria do Porto Femme + conversa com a realizadora Cláudia Ribeiro e com o bailarino/arquitecto paisagista Pedro Prazeres.

 

ENTRE LEIRAS

Portugal, 2020, 82'31"

Realizadora: Cláudia Ribeiro

 

Numa aldeia do interior remoto de Portugal, entre os rios Douro e Tâmega, vivem cerca de trinta pessoas. No alto de um morro, encontramos as irmãs Ana e Glória, num lugar isolado que o padeiro, o peixeiro, o merceeiro e seus filhos visitam uma vez por semana. Tudo o resto vem da terra, que as duas irmãs trabalham de sol a sol, entre as faixas de terra cultivada. Acompanhamos a sua vida ao longo de um ano, à medida que a relação entre realizadora e protagonistas vai amadurecendo. Desvendam-se o dia-a-dia e os pensamentos mais profundos destas mulheres sobre a vida no campo, a única que conhecem.

 

Cláudia Ribeiro nasceu em 1990, em Guimarães, no Norte de Portugal, e atualmente vive no Porto. Ela é bacharela em Cinema e mestra em Antropologia - Culturas Visuais. Seu trabalho está focado principalmente nos conceitos de cultura e identidade, movidos por um questionamento constante sobre o comportamento humano, a memória, a representação e o conceito de realidade. Entre Leiras é a sua estreia no documentário, o resultado de 7 meses de árduo trabalho de campo numa pequena aldeia do interior do norte de Portugal.

O trabalho de Pedro Prazeres combina a dança e a paisagem numa relação de fertilização mútua. Alternando entre a arquitectura paisagística e a coreografia, o seu trabalho situa-se na intersecção dos dois processos, pela forma como Prazeres constrói a sua práctica artística entre o lugar, o sujeito e o etéreo. Para Prazeres, a paisagem e a dança ressoam através de uma estratégia sensorial, proprioceptiva e intuitiva.

Depois de uma licenciatura em Arquitectura Paisagística em Lisboa e Helsínquia, e uma Licenciatura em Dança em Dundee e Praga (onde recebeu o prémio INOV-Art para cruzamentos artísticos), Prazeres começou a trabalhar como bailarino e arquitecto paisagista em Praga e Berlim. Mais recentemente, após ter concluído o programa de mestrado ex.e.r.ce, no Centro Nacional de Coreografia de Montpellier, onde aprofundou a sua investigação em Paisagem, Dança e outras histórias, começou a direccionar a sua pesquisa artística no sentido das noções de intermediação, não-lugar e livre arbítrio - a forma como o ser humano condiciona o ambiente e, por sua vez, é condicionado por este, transformou-se num tema central no seu trabalho.

Para além do trabalho no ensino da arquitectura paisagística e como consultor, Prazeres cria instalações de dança e performances. Tem apresentado as suas criações em festivais como o DDD (Dias da Dança), no Porto, ou o FIDCU, em Montevideo, e também em museus, como a Fundação de Serralves e a Galeria Nacional de Praga, e também em teatros, espaços não-convencionais, e paisagens urbanas e rurais. Trabalhou como intérprete e colaborador com figuras como Antonjia Livingstone, Martha Moore, Fabrice Ramalingom, Joclécio Azevedo e Carole Steine, entre outros. 

Prazeres é, também, um educador experiente, partilhando o seu conhecimento através de workshops para bailarinos profissionais, em escolas de dança, e junto do público em geral, e de instituições do foro social, educativo ou da saúde mental.